TIME, 22 de agosto de 2012
Por Lily Rothman
Bad foi lançado em 31 de agosto de 1987, pela Epic/CBS Records.
Branca: Eu acho que Michael estava muito satisfeito com o álbum. Foi um grande lançamento, artisticamente.
Phillinganes: Ele evoluiu como pessoa, como todos nós evoluímos. O que Mike havia aprendido no estúdio com os dois últimos álbuns, ele guardou como conhecimento para a criatividade nova que ele estava vivendo em Bad. Foi uma progressão natural, orgânica.
Branca: Nós sempre soubemos que seria um grande álbum.
Phillinganes: Você sempre o escuta no rádio e obviamente que você se sente bem em relação ao produto final, mas não é como se você virasse e dissesse, "Certo, isto vai vender 50 milhões de cópias agora." As vendas ditam isso, mas após o fato. Você não prevê esse tipo de sucesso, embora Mike escrevesse um certo número de vendas no seu espelho todo dia como motivação. Cem milhões. Ele escrevia e olhava para isto no espelho todos os dias.
Lee: Grandes artistas ou seja lá como você quer chamá-los, trabalham bem sob pressão. Ele queria que Bad vendesse mais do que Thriller. Ele queria que Bad vendesse cem milhões de cópias e dizia isso para todo mundo, para o presidente da Sony Records e todo mundo. Ele escrevia em pedaços de papel na sua casa, em hotéis, "100 milhões." Ele queria vender 100 milhões de cópias de Bad. Várias pessoas no documentário falam sobre isso.
Lee: Durante aquele período, Michael havia se tornado tão popular que parecia haver um movimento contra ele e este álbum, o que é uma infelicidade, porque o álbum ainda se mantém hoje como uma grande obra.
Branca: Além do fato [de Thriller] ser o disco mais vendido na história, culturalmente Michael teve um grande impacto. Eu o ajudei a comprar o catálogo dos Beatles naquela época e havia um ressentimento contra o seu sucesso. Não havia lugar no mundo que você pudesse ir onde Michael não fosse conhecido e famoso.
Lee: Ah sim. Wacko Jacko. Capa do New York Post. Eu não tenho a mesma mentalidade do New York Post.
Branca: O álbum era maravilhoso. E você tem Martin Scorsese dirigindo o primeiro clipe! Naquela época, 1987, tirando o fato que conseguimos John Landis para dirigir Thriller, a idéia de que você poderia ter um dos maiores cineastas... Só isso já nos disse que este seria um grande álbum.
Lee: Eu lembro de assistir ao clipe, dirigido por Martin Scorsese. Foi um especial da CBS... Wesley Snipes ia matar Michael Jackson.
Afrojack: No álbum Bad, a melhor faixa é Bad. Agora todo mundo fala sobre ser um gângster ou da máfia ou o que seja, mas naquela época era simples assim. Michael Jackson era mau. Era isso.
Forger: A coisa engraçada em escutar um álbum depois de terminado é que muitas vezes quando você trabalha em um projeto, e você trabalha tão intensamente e está sempre se puxando ao limite, fisicamente, mentalmente, e você está tentando fazer o melhor que pode. Você chega a uma situação de ver os detalhes de forma microscópica porque escuta de forma muito técnica, e a música é uma experiência emocional.
Phillinganes: Naquela época começamos a lidar com CDs e há apenas um certo espaço que um CD pode acomodar para gravação de alta qualidade, e esse espaço diminui dependendo da relação de quanto tempo por música para a quantidade total de tempo do CD.
Forger: O que eu fiz foi que no dia que foi lançado eu corri para a loja de discos. Eu lembro de correr para comprar o álbum e de escutar como ficaram maravilhosas as músicas juntas. Você não tem essa noção da coisa toda até se distanciar dela.
Branca: Eu não posso falar por ele, mas o álbum Bad foi o único na história até recentemene a ter cinco singles No. 1 consecutivos. Teve nove singles Top 10. Quarenta e cinco milhões de álbuns. Abriu um novo terreno em termos de clipes - e Michael nunca os chamava de clipes; ele os chamava de curta-metragens - e o que ele fez com Martin Scorsese em Bad e Colin Chilvers em Smooth Criminal ajudou a melhorar a arte de se criar videoclipes. Então eu acho que por todos os parâmetros, Bad foi um álbum histórico e enorme sucesso. Pelos parâmetros de Michael? Esta é outra pergunta. Eu não posso respondê-la.
Traduzido por Bruno Couto Pórpora
