quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Michael Atinge o Sucesso Sozinho (JET, Março 1972)

JET Magazine, 16 de março de 1972.

O jovem cantor é tão popular e seu primeiro single solo fez tanto sucesso, que era inevitável que tal pergunta fosse feita: Michael Jackson está sendo preparado para seguir uma carreira sozinho? A sensação de que os astutos executivos da Motown Corpo. começaram a trabalhar em tal plano acometeu observadores do show business quando o single de Michael, Got To Be There, foi lançado. Eles se lembraram de uma situação similar quando Diana Ross se preparava para deixar as Supremes e seguir carreira solo.

Os chefes da Motown negaram. Mas agora, com o lançamento do álbum Got To Be There de Michael Jackson, e a nomeação do talentoso jovem de 12 anos como "Vocalista Masculino do Ano" pela revista adolescente mais vendida do país, fãs do Jackson Five estão se fazendo a mesma pergunta: estaria Michael prestes a abandonar seus irmãos Jackie, Tito, Jermaine e Marlon?

Uma garota de 18 anos em Los Angeles, Califórnia, diz, "Eu acho que eles deixarão Michael seguir sozinho e colocarão seu irmão caçula, Randy, em seu lugar." Bernice Bennett, uma funcionária da Pat's Record Shop em Los Angeles, discorda. Ela contou à JET: "Eu não acho que seja o momento para Michael Jackson deixar o grupo. O Jackson 5 é algo que as crianças idolatram, assim como nós adultos idolatramos James Brown. É o mesmo sentimento. Minha filha de três anos dorme como uma foto do Jackson 5 ao seu lado todas as noites."

Na pesquisa da JET pela área de Los Angeles percebemos que as pessoas ficaram mais interessadas nas conseqüências da separação dos cinco irmãos de Gary, Indiana, que atingiram um sucesso sensacional tanto na indústria fonográfica quanto nos palcos. Típica foi a reação de Itay Taylor, funcionária de uma das unidades da Dolphin (mantida por negros) em Hollywood: "Michael Jackson tem uma grande voz, mas ele será nada sem o Jackson 5. Ele precisa que eles o ajudem."

Negações continuam a emanar dos altos andares dos escritórios da Motown em Hollywood. Um porta-voz falou à JET: "Nós temos enfaticamente negado em numerosas notas à imprensa que o Jackson 5 não irá se separar. O álbum solo de Michael é meramente uma extensão da fabulosa criatividade que existe no grupo.

"Eles são jovens multi-talentosos, e poderá haver mais gravações solo de cada um dos membros, tanto vocal como instrumental. A idéia de que Michael os está deixando é fruto da imaginação fértil de algum escritor de revistas de fãs."

No entanto, negações oficiais têm pouca relevância para os inúmeros fãs pré-adolescentes do Jackson 5. Sashi de 10 anos, que vive em Pasadena, Califórnia, e que certa vez conheceu Michael durante um ensaio para o especial do Jackson 5, disse, "Eu acho que ele está pronto para seguir carreira solo, mas eu não acho que seus irmãos iriam gostar disso. Se ele seguir carreira solo, lá se foi o Jackson 5!"

"Eu provavelmente ainda seria fã dele, mas algumas músicas não seriam tão boas sem seus irmãos. Apenas Michael, sozinho, ia ser um pouco engraçado."

Outra pré-adolescente com quem a JET conversou foi Patricia Bowen, também de 10 anos, que no ano passado esteve em uma festa natalina comunitária na qual os membros do Jackson 5 apareceram vestidos em fantasias de Papai Noel para distribuírem presentes. Ela disse que "Michael vai desejar que tivesse ficado com seus irmãos," em tom triste. "Eles o ajudam. Ele não vai ter quem o apóie sem eles."

É uma aposta segura que a Motown não tenha intenções neste momento em quebrar o que se provou uma combinação vencedora. Por um motivo, o pai dos meninos, Joseph Jackson, seria contra tal separação. Ele treinou seus filhos como um grupo por anos e provavelmente teria grande relutância em aceitar um plano de estrelato individual para cada um deles.

E de um ponto de vista estritamente financeiro, considerando quão jovens os meninos são, não haveria percentagem em diluir a imensa popularidade do grupo. Como um produtor fonográfico rival afirmou, "a Motown pode lançar álbuns solo de cada um dos meninos de tempos em tempos, e ainda manter o grupo intacto."

Insiders dizem que isto é exatamente o que os executivos da Motown têm em mente, e a próxima gravação solo será de Jermaine, que não apenas toca baixo, mas canta e compõe canções também.

O executivo da Motown acrescentou: "A Motown é uma 'universidade' para artistas em desenvolvimento. Olhe para Stevie Wonder. Ele começou como um performer, então passou a compor músicas. E então ele se tornou um produtor e agora é um grande instrumentista. Em relação ao Jackson 5, seu horizonte é ilimitado. Ninguém pode prever o quão longe eles irão."

Traduzido por Bruno Couto Pórpora.