quinta-feira, 31 de julho de 2014

Neverland Prestes a Ser Vendida (Forbes)

Forbes, 31 de julho de 2014
Por Zack O' Malley Greenburg

Apesar de Michael Jackson ter se mudado de Neverland anos antes de sua morte prematura, a propriedade de 2.700 acres permanece indelevelmente associada ao Rei do Pop até hoje. Logo, porém, a conexão se dará apenas em pensamento, e não na realidade: Neverland está prevista para ser vendida.

De acordo com fontes familiarizadas com o assunto, a Colony Capital do bilionário Tom Barrack está se preparando para colocar o imóvel de Los Olivos, Califórnia, para venda. A empresa se tornou sócia-gerente de Neverland depois que Barrack fechou um acordo com Jackson no final de 2007, para assumir o empréstimo de U$23 milhões da empresa de fundos de private equity, Fortress.

"Estamos frustrados, decepcionados e tristes que a situação tenha chegado a este ponto," disse um representante do espólio de Jackson em uma mensagem eletrônica para a FORBES. "Infelizmente, Michael perdeu o controle de Neverland durante a sua vida, como resultado de conselhos de um ex-empresário."

Representantes da Colony Capital não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto.

Como eu relatei em Michael Jackson, Inc: The Rise, Fall and Rebirth of a Billion-Dollar Empire, o acordo entre Jackson e a Colony era complexo. O próprio Barrack disse que só assumiu o empréstimo como um favor a Jackson (em uma entrevista para o livro, ele lembrou suas palavras para o cantor: "Não me faça fazer isso... a menos que você esteja realmente interessado em construir algo que gere alguma receita.")

O acordo, que entrou em vigor no início de 2008, deu à Colony a posição de gerente de Neverland como uma espécie de joint venture com Jackson. Para cada dólar que a empresa investiria na propriedade, seu patrimônio aumentaria. Isso significa que, enquanto Jackson - e, mais tarde, seu espólio - manteve uma participação na propriedade, o seu papel diminuiu com o passar do tempo.

Ao longo dos últimos seis anos, a Colony continuou a financiar a manutenção de Neverland. Esse custo, se for algo próximo do que era nos dias de Jackson, gira provavelmente em torno dos U$5 milhões por ano. Adicione os U$23 milhões do empréstimo e uma matemática rápida sugere que a empresa pode ter investido mais de U$50 milhões na propriedade até o momento. Ela também mantém o direito de vender a propriedade à vontade.

Ainda assim, muitas opções foram exploradas ao longo dos anos. Perto do fim de sua vida, o próprio Jackson, dizem, ficou intrigado com a ideia de transformar Neverland em uma escola para artes performáticas; após sua morte, muitos sugeriram que a propriedade fosse transformada em uma atração, como a Graceland de Elvis Presley.

Mas como qualquer um que já esteve em Neverland (incluindo este autor) pode dizer, Los Olivos não é exatamente Memphis. A área está longe de uma rodovia interestadual, e suas estreitas estradas nas montanhas não são propícias para acomodar centenas de milhares de visitantes por ano.

"O Espólio explorou inúmeras opções, incluindo a compra," continuou a declaração do representante acima mencionado. "Mas questões financeiras, de uso do solo e restrições de zoneamento tornaram proibitivas todas as opções propostas, dado o nosso dever como executores em sermos fiscalmente responsáveis em proteger e fazer crescer os bens do Espólio para os filhos de Michael."

De fato, o espólio de Jackson conquistou mais de três quatros de um bilhão de dólares em pouco mais de cinco anos desde sua morte. Mas isto não inclui impostos e despesas, para não mencionar o fantasma de uma conta de U$702 milhões em impostos a qual o Espólio está atualmente contestando.

Comprar de volta as ações de Neverland da Colony - para não mencionar a multi-milionária conta de manutenção anual para uma propriedade que não gera renda - parece ser uma escolha financeira imprudente.

E assim, Neverland pode ter em breve um novo dono no papel. Mas qualquer comprador terá de entender que a propriedade sempre será o reino do Rei do Pop na mente de milhões de pessoas.



 Traduzido por Bruno Couto Pórpora