terça-feira, 18 de setembro de 2012

Bad 25 (BBC Review)

BBC, 17 de setembro de 2012
Por Mike Diver

Uma fantástica, perene e essencial obra pop

Um campeão milionário de vendas, Bad foi (e permanece) tão importante para a década de 80 como a ascensão do Walkman, os filmes De Volta Para o Futuro e o assassinato de JR. Como Thriller de 1982, é um álbum que parecia encontrar lar fácil na coleção de roqueiros, punks e poetas também.

Ubiquidade vem barato em 2012 (obrigado, internet), mas em 1987 era conquistada sendo o melhor dos melhores. E Bad era simplesmente isto: quase uma coleção de maiores sucessos, gerou nove singles. Sua campanha nas paradas não começou com a faixa-título, mas com I Just Can't Stop Loving You, um número um tanto nos Estados Unidos como no Reino Unido. No Reino Unido, Bad (a música) atingiu a terceira posição, enquanto Rick Astley dominava o topo.

A faixa-título disparou para o No. 1 nos Estados Unidos, seguida por The Way You Make Me Feel, Man In The Mirror e Dirty Diana. A estrela de Jackson estava em seu apogeu em toda a década de 80 - mas a fama nunca garante a aprovação crítica. Mesmo assim, Bad foi tão bem recebido pela imprensa como pelos fãs de Jackson. É uma raridade especial: um gigante comercial de qualidade em seus 48 minutos.

A produção de Quincy Jones é apertada mas certeira, cada canção pode respirar sem ser desordenada por elementos desnecessários. Dirty Diana é um pouco pobre, apesar da extravagante guitarra de Steve Stevens, mas poderosa também. Speed Demon, considerada uma enche-linguiça pelos críticos da época, é um divertido funk-rock que entraria facilmente para qualquer álbum de Prince da época, em composição se não também pela sua letra.

Demos inéditas compõem a maior parte do segundo disco desta versão de aniversário. Entre as mais interessantes estão Song Groove (Aka Abortion Papers) e Price Of Fame. A primeira, com sua percussão agressiva e poucos sintetizadores, é sobre uma garota cristã levando um gravidez indesejada. "Michael sabia que ela poderia ser polêmica," dizem as notas que acompanham o livreto; mas Jackson trata o assunto com ternura.

Price of Fame aborda as pressões que Jackson sentia como ídolo pop. Dos seus seguidores obsessivos, ele escreveu: "Eles fazem qualquer coisa e está quebrando meu coração... está me deixando louco." É talvez a primeira nota das rachaduras que em breve se espalhariam. Mas nada do que estaria por vir na carreira de Jackson poderia tirar o brilho desta impressionante, essencial e perene obra pop.



Traduzido por Bruno Couto Pórpora