segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Pepsi espera pelo retorno de Jackson (NY Daily News, Abril 1987)

New York Daily News, 4 de abril de 1987
Por David Hinckley

A Epic Records e 20 milhões de fãs de Thriller não são os únicos esperando o novo álbum de Michael Jackson. Há também a Pepsi-Cola.

No último verão, a Pepsi anunciou em uma elaborada conferência de imprensa que ela havia renovado com Jackson para ele aparecer em dois novos comerciais para a TV. Ele iria escrever as canções, uma das quais iria aparecer em seu novo álbum e, se ele entrasse em turnê, a Pepsi seria sua patrocinadora.

Pepsi, que credita seus comerciais com Jackson em 1984 por causar pânico na rival Coca-Cola e seu fiasco "New Coke", pagou dinheiro o suficiente para este privilégio - as estimativas estão na faixa dos $10-$15 milhões - que tanto Jackson e o presidente da Pepsi, Roger Enrico, apareceram pessoalmente na conferência.

Isto é tão comum quanto cones de sorvete de 10 centavos e ressalta que quando a Pepsi gasta esta quantia de dinheiro, ela espera um retorno estrondoso.

Pepsi então anunciou, com fanfarra, que os novos comerciais de Michael iriam estrear no Grammy Awards no fim de fevereiro - logo quando, assim se pensava, o álbum seria lançado.

Bem, o Grammy chegava perto, o álbum não foi lançado, e a Pepsi anunciou que o seu comercial do Grammy seria apenas um trecho dos comerciais de verdade. E foi assim que passou, com uma mensagem dizendo: "Estréia nesta primavera."

Isto acabou não sendo verdade e com o álbum em nenhum lugar à vista, a Pepsi segura os comerciais de Michael por tempo indeterminado e contratou David Bowie pra fazer um dueto com Tina Turner como parte de sua campanha de verão.

O porta-voz da Pepsi Ken Ross conta que, no entanto, o contrato com Bowie não tem relação alguma - e que a Pepsi não está irritada com o atraso de Jackson.

"Nem um pouco," ele diz. "O disco pode sair na semana que vem, ou em seis meses ou em um ano, os comerciais serão espetaculares."

Na verdade, conta Ross, o adiamento da campanha foi decidido "em conjunto tanto com a empresa do comercial como com Michael," cujas vendas dos discos, Ross diz, também se beneficiarão dos comerciais.

"Ajuda dos dois lados. Os comerciais também deixarão as pessoas mais cientes do disco. Como Michael, estamos interessados em qualidade, não preocupados com o tempo."

Então a Pepsi tem alguma idéia de quando a campanha deve ser lançada? "Estamos esperando tão ansiosos quanto o público," conta Ross.

E o contrato com Bowie? "Foi feito relativamente rápido. Mas foi o simples caso de tomar uma oportunidade em um negócio que muda muito rápido. Roger Enrico sempre teve a idéia de um comercial com Bowie, Tina Turner e Mick Jagger. Agora estamos a dois terços disto."



Traduzido por Bruno Couto Pórpora