- Primeira ordem do dia - o Juíz Pastor e advogados discutem evidências relacionadas a informações tiradas do iPhone do Dr. Murray. Um promotor disse que pretendia usar algumas das informações, o que foi divulgado aos advogados que lidam com o caso no final da semana passada, quando chamasse a primeira testemunha do dia. Chernoff (advogado de Murray) levanta preocupações sobre o privilégio advogado-cliente. O celular possui curtas mensagens de voz e 12 capturas de tela. Depois de um atraso de 45 minutos, o Juíz Pastor diz que "algumas informações nos arquivos são relevantes... mas um significante número delas também não são." O Juíz Pastor permite que o iPhone de Murray seja considerado como evidência. Um novo arquivo é gravado e dado aos promotores. Um recesso de 15 minutos é concedido para que os novos ítens sejam revisados. Os promotores vão usar os arquivos do celular de Murray para criar uma linha do tempo detalhada das ações do doutor no dia em que Jackson morreu.
Depoimento de Stephen Marx
- Marx é um examinador forense em computação do DEA [Drug Enforcement Administration] que examinou o iPhone.
- Ele testemunha sobre e-mails enviados em 25 de junho entre Murray e Bob Taylor, da Companhia de Seguros Bob Taylor de Londres.
- Bob Taylor envia um e-mail a Murray às 5:54 da manhã, horário de Los Angeles. O e-mail continha perguntas específicas sobre a saúde de MJ. Murray o respondeu às 11:27 da manhã, horário de LA. O conteúdo da resposta é sobre a autorização de liberação de registros médicos, para conseguir seguro.
- O e-mail confirma que Murray era o único médico que Jackson consultava em um período de 3 anos e pergunta sobre matérias que saíram na imprensa sobre a saúde de Jackson. O corretor de seguros londrino que organizava uma apólice para os shows TII de Jackson pediu a Murray, na manhã de 25 de junho, uma resposta sobre os artigos da imprensa que afirmavam que Jackson estava mal de saúde.
- Murray responde: "as declarações sobre sua saúde publicadas pelas imprensa, pelo que eu sei, são todas maliciosas."
- Haviam também e-mails repassados e anexados do corredor de seguros, sobre representantes oficiais de MJ e da AEG.
Depoimento de Tim Lopez
- Tim Lopez é o propritário da Applied Pharmacy Services e um farmacêutico há 15 anos.
- Lopez disse que em novembro de 2008, Murray ligou a ele pedindo um creme para tratar vitiligo. No entanto, Lopez não tinha o creme disponível. Lopez perdeu contato com Murray e só foi ouvir dele novamente em março de 2009.
- Murray liga para ele em março de 2009 perguntando se tinha benoquin 20% (creme para vitiligo). O farmacêutico encontra um fornecedor. Murray faz um pedido de 40 unidades de 30g, 20%. Murray diz ao farmacêutico que seu paciente é afro-americano e que ele o iria instruir sobre o uso.
- Mais tarde, Murray liga para dizer que ficou feliz com o resultado do creme e pergunta sobre propofol e soro fisiológico. O farmacêutico fornece a informação a Murray e Murray faz um pedido.
- 6 de abril: Murray faz um pedido de 1 cartela de frascos de 100ml e 1 cartela de 20ml de Propofol, e 9 sacos de soro fisiológico. Ele também duplica o seu pedido de Benoquin, o creme usado para tratar vitiligo e pergunta se seu pedido poderia ser enviado para seu escritório em Vegas.
- Murray então muda de idéia sobre sobre o endereço de entrega e pede que a encomenda seja enviada para o endereço de Nicole Alavarez. Lopez disse que Murray nunca mencionou que MJ era o seu único paciente na época, o que o fez acreditar que todos os frascos de propofol que ele pedia seriam usados pelos pacientes em sua clínica de Los Angeles.
- Lopez testemunhou que entre os meses de abril de junho, Murray ligou para sua farmácia pelo menos 7 vezes para fazer pedidos de medicamentos específicos. Alguns dos medicamentos eram lorazepam, midazolam, propofol & flumazenil. Murray pediu que cada encomenda fosse enviada para o endereço de Santa Monica, que o dr. havia dito a ele ser o endereço de sua clínica (na verdade, era o endereço de sua namorada, Nicole).
- Lopez disse que quando ele se propôs a entregar pessoalmente o pedido durante uma viagem a Los Angeles, Murray disse que não o fizesse. "Ele disse mande por Fed Ex como normalmente fazemos," relembrou Lopez.
- 28 de abril -- 4 caixas e cada uma das caixas continha 10 frascos de 100ml. Mais tarde naquele mês, Murray pediu 20 frascos de midazolam e 20 frascos de lorazepam.
- Em 12 de maio, Murray pediu 4 caixas de propofol, assim como duas bandejas de midazolan.
- Em 10 de junho, Murray pediu 4 caixas de Propofol e 2 frascos de 20ml de Propofol.
- Em resumo: Murray pediu 255 frascos de Propofol em dois meses -- 130 frascos de Propofol em doses de 100ml e outros 125 frascos de Propofol em 20ml.
- Murray também perguntou sobre o creme de benoquin e se havia uma fórmula que era menos oleosa.
- Durante interrogatório do promotor, o farmacêutico disse que Murray pediu várias vezes por conselho sobre o que ele poderia tomar para aumentar sua energia e "estado de vigília". Ele não queria um narcótico, queria o mais natural possível. Ele queria um remédio que não fosse controlado. O farmacêutico faz a fórmula com três produtos disponíveis, formando uma cápsula. Ele misturou cafeína, aspirina e efedrina, e fez 30 cápsulas com esta fórmula.
- Murray diz que seu paciente reclamava de dor por conta das injeções e pediu ao farmacêutico um analgésico tópico. Ele indicou que queria apenas lidocaína.
- Mostram a Lopez uma série de notas de frete relacionadas às encomendas de Murray. Algumas das notificações de recebimento trocam equivocadamente "Alvarez" de Nicole Alvarez por "Alvarie". A última notificação é datada de 15 de junho de 2009.
Depoimento de Jaime Lintemoot
- Lintemoot é um criminalista sênior no Escritório do Legista do Condado de Los Angeles e toxicologista principal em casos que envolvem propofol.
- Pelo sangue retirado na UCLA, eles determinaram que propofol estava presente e mais tarde fizeram exames nos tecidos. Lintemoot menciona altos níveis de propofol encontrados nos testes.
- O advogado de Murray, Flanagan, pergunta sobre 70 gramas de fluido encontrados no estômago de MJ (que indicaram positivo em um teste para traços de Propofol). Flanagam notou a presença de uma caixa de suco na cabeceira de MJ... e perguntou se ela havia sido examinada em busca de Propofol.... levantando a possibilidade de que MJ estava bebendo o anestéstico pouco antes de morrer. O criminalista respondeu que não testou a caixa de suco.
Depoimento de Orlando Martinez
- Martinez é um detetive em homicídios de LA com 16 anos de experiência. Ele investiga mortes.
- Martinez testemunhou que começou a tentar entrar em contato com Murray em 25 de junho, mas não conseguiu. Martinez recebeu uma ligação do advogado de Murray em 26 de junho. Martinez e o advogado de Murray, Michael Pena, fizeram arranjos para que Murray encontrasse Martinez em 27 de junho, em um hotel em Marina Del Rey.
- Murray diz que conheceu MJ em 2006 através do filho de um paciente e mais tarde tratou MJ e seus filhos de uma gripe em Las Vegas.
- Murray conta ao detetive que recebeu uma ligação de Michael Amir Williams dizendo que MJ queria que ele fosse seu médico na turnê.
- Murray conta ao detetive que tratava MJ há cerca de 2 meses, ajudando-o a dormir seis noites por semana.
- Murray disse que injetava 50mg de Propofol em Jackson, e mantinha por via venosa para mantê-lo dormindo. Martinez testemunhou que Murray disse a ele que 50mg era o máximo que dava a Jackson.
- Martinez diz que o Dr. Murray expressou uma preocupação sobre Jackson desenvolver uma dependência em Propofol. Murray sentiu que MJ desenvolveu uma dependência em Propofol, então com a permissão de MJ ele introduziu midazolam e lorazepam, para ajudar MJ a dormir.
- O que aconteceu em casa após MJ retornar do ensaio: MJ subiu ao quarto, eles conversaram brevemente sobre o que aconteceu naquela noite e MJ tomou um banho e se trocou. Murray passou uma espécie de creme nas costas de MJ para uma doença dermatológica.
- Murray diz que o IV estava ou na perna direita ou esquerda de MJ, abaixo do joelho.
-- A timeline de Murray e sua versão dos acontecimentos
2 AM: 10mg de valium oralmente, 2 ml de lorazapam com soro fisiológico administrada lentamente por 2 a 3 minutos. Feito com seringa usando o IV
3 AM: 2 mg de diazopam, mesmo método
3:20 AM: MJ dorme por 10-12 minutos e então acorda
Murray diz que desligou as luzes e colocou música, e sugeriu que MJ meditasse. "O sr. Jackson começou a reclamar a ele que não conseguia dormir e que teria de cancelar seus ensaios e shows," testemunhou o detetive Orlando Martinez.
Murray dá mais Mirazapam - não faz efeito
5AM: 2mg de lorazapam - não faz efeito. MJ reclama novamente sobre ter de cancelar os shows.
7:30AM: MJ ainda acordado, reclama sobre a pressão sob ele por ter de cancelar ensaios. Murray dá mais 2mg de diazopam - não faz efeito.
10AM: MJ pede pelo seu "leite" - propofol
Martinez diz que Murray se descreveu como "pressionado" para administrar propofol apesar de suas preocupações de que MJ tivesse se tornado um viciado enquanto se preparava para TII.
10:20-10:40: Murray injeta 25mg de propofol durante um tempo
11AM: MJ dorme. Murray olha MJ por um tempo e quando se sente confortável o suficiente para deixar o quarto, vai ao banheiro por 2 minutos.
Ele volta após 2 minutos, assustado em ver que MJ não estava respirando, porque ele sempre olhava para seu peito e o movimento do seu diafragma.
Murray começa a fazer compressão torácica - uma mão segurando as costas de MJ e outro no seu peito. Ele diz também ter feito respiração boca-boca.
Murray disse que não conseguia botar MJ no chão sozinho. Aqui está a explicação de Murray sobre o porque ele fazia RCP em MJ na cama ao invés de em uma superfície dura:
--- "Dr. Murray disse que não conseguia movê-lo para o chão sozinho," disse a testemunha.
--- O promotor David Walgren notou que Murray tem 1,98m e pesa cerca de 100kg enquanto MJ pesava cerca de 61kg quando morreu.
Murray diz que estava tentando ressuscitar MJ e não quis interromper, por isso não ligou para a emergência. Veja a explicação de Murray por não ter chamado a ambulância imediatamente:
-- "Ele disse que estava cuidando do paciente e não queria descuidar dele," disse Martinez.
-- "Ele indicou que ligar para a 911 seria um descuido com o paciente?" perguntou o promotor David Walgren.
-- "Sim," disse o detetive.
Murray injetou tomazapil 2ml em MJ.
- Durante este processo ele ligou para Michael Amir Williams - enquanto segurava o telefone com uma mão, e fazia compressões torácicas com outra. Murray também deixou o quarto para chamar Kai Chase.
- Murray não disse ao detetive que estava dando telefonemas e mandando sms quando ele supostamente estaria tratando MJ. Murray apenas menciona a ligação que fez para Michael Amir Williams.
- Chernoff no interrogatório da defesa: o advogado de Ed Chernoff perguntou a Martinez se Murray havia falado de Jackson ter pedido para auto-administrar propofol. Ele respondeu que sim.
--- "O Sr. Jackson sabia tudo sobre propofol antes do Dr. Murray aparecer em cena?" perguntou Chernoff.
--- "Sim," disse Martinez.
--- O detetive perguntou se Jackson solicitou "empurrar o propofol" ele mesmo e ele disse que era verdade.
--- "Michael Jackson disse ao Dr. Murray que ele gostava de empurrar a injeção em si mesmo e que outros médicos o deixavam fazer isso?" perguntou Chernoff.
--- "Sim," disse a testemunha.
--- "E o Dr. Murray disse que não o deixaria fazer isso?" perguntou Chernoff.
--- "Correto," respondeu a testemunha.
Fonte: KOP, Trials and Tribulations, CNN e MJJC
Tradução de Bruno Couto Pórpora