quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Murray Vai a Julgamento por Homicídio Culposo

Abaixo você confere todos os acontecimentos do último dia de audiências preliminares no caso do Dr. Murray, que irá a julgamento sob a acusação de homicídio culposo [involuntary manslaughter]. Murray irá à Corte no próximo dia 25 ouvir as acusações que pesam contra ele.

11 de janeiro de 2011, Audiência Preliminar, Dia 6 [Último]

- Janet, LaToya e Randy estão presentes. Katherine não compareceu.

Depoimento do médico do LA County Coroner's Office, Christopher Rogers


- Médico legista de LA. Empregado desde 1988 e patologista forense.

- Ele realizou a autópsia em MJ.

- Rogers afirma que Michael Jackson estava em excelente saúde quando morreu para um homem de meia idade.

- MJ tinha apenas um problema na próstata, um pólipo no colon, pulmões inflamados e cicatrizados, e também um pouco de artrite na coluna.

- MJ tinha 1,75m e pesava 61 kilos. Sua massa corporal era de 20.1.

- MJ não possuía anormalidades no coração e não tinha aterosclerose. Ele não tinha nenhuma doença cardíaca.

- Nenhum trauma ou doença natural que tenha causado sua morte.

- Eles concluíram que foi homicídio, baseado nas informações que tinham e no tratamento fora do padrão que foi dado a MJ.

- Interrogatório da defesa: Rogers diz que a situação não permitiria uma auto-administração de propofol e que não há fatores inconsistentes com suas conclusões. Perguntam a ele se MJ, hipoteticamente, tivesse ingerido propofol e lidocaína por si mesmo, se ainda seria considerado um homicídio. Rogers responde que ainda assim teria sido um homicídio baseado no tratamento que ele estava recebendo - o fato de haver propofol numa situação sem preparo para possível efeitos adversos.

- Ainda sobre auto-administração: O cateter de IV estava na perna esquerda um pouco abaixo do joelho. Rogers menciona que é difícil alcançar e que para MJ ter injetado em si mesmo, seria preciso que o médico parasse a medicação, deixasse o quarto e MJ acordasse e despertasse o suficiente para injetar o propofol.

- Rogers diz que é possível ingerir oralmente propofol, mas que ele não acredita ser este o caso considerando a pouca quantidade encontrada no estômago.
A defesa esboçou esta teoria na audiência anterior, porque pequenas porções do anestésico foram encontradas no estômago de Jackson.

- Christopher Rogers testemunhou que mesmo que Murray estivesse correto sobre ter administrado apenas 25mg de Propofol a MJ, Jackson teria acordado após 3 ou 5 minutos de sono.

- Rogers diz que Murray usava o poderoso anestésico propofol de forma inapropriada para tratar a insônia do cantor. Ele também diz que Murray estava errado em deixar Jackson sozinho enquanto ele estava sob anestesia.

Depoimento do Dr. Richard Buffalo

- Anestesiologista e farmacologista clínico.

- Foi pedido a ele que revisasse uma série de materiais e oferecesse sua opinião sobre qualquer possível desvio do padrão de tratamento médico. Ele escreveu um relatório independente de 47 páginas.

- De acordo com o Dr. Ruffalo, se é dado propofol a alguém, técnicas de monitoramento devem ser utilizadas. E se alguém mistura propofol com outros medicamentos, o risco de uma reação adversa aumenta.

- Ruffalo: "É evidente que você precisa estar mais atento... você precisa ser capaz de realizar técnicas de ressuscitação."

- Ele diz que os níveis de propofol em MJ no horário de sua morte seriam até mais altos pois sangue é retirado dele após ter recebido uma grande quantidade de líquidos por IV e pelo fato do propofol se degradar com o tempo.

- O Dr. Ruffalo também acha que o número de benzodiazepínicos no sangue do coração reflete uma injeção de uma dose maior do que a que o Dr. Murray afirma ter dado.

Discursos de encerramento

Os advogados de Murray

- Nós não sabemos o horário da morte, se soubéssemos o horário poderíamos concluir quem está envolvido.

- Murray via MJ todos os dias por 3 meses, ele saberia como MJ interagia com estes medicamentos melhor do que outros médicos.

- Murray deu a injeção por volta de 10h40, então se Murray estava longe de MJ, como ele poderia ter dado outra dose de propofol? Então o que acontecia entre 11 horas e meio dia? Isto demonstra que o Dr. Murray não poderia ter dado esta dose, ele estava no telefone.

Discurso final do promotor Walgren

- Walgren está muito irritado e em voz alta e apaixonada, dá o seu discurso final.

- No discurso final, o promotor David Walgren diz ao juíz, "Não era a hora de Michael Jackson partir. Michael Jackson não está aqui hoje por conta da negligência e imprudência do Dr. Murray. Os filhos de Michael Jackson estão sem um pai. MJ morreu nas mãos de Murray".

- Walgren revisa os depoimentos.

- Walgren menciona a linha do tempo de Murray "De acordo com a linha do tempo do próprio Murray, podemos considerar que ele deixou MJ deitado por cerca de uma hora sem respirar. Ou ele poderia estar mentindo sobre sua linha do tempo, e Murray não está sendo sincero em relação a isto. A terceira opção é que o Dr. Murray é tão completamente incompetente e imprudente, que ele não tem idéia do que deu a Michael e quando."

Conclusão

- O juiz Pastor nega à defesa o pedido de arquivar o caso.

- Walgren pede por um aumento na fiança de Murray (quer que seja $300,000). O juíz nega porque ele não acredita que Murray irá fugir.

- A Sra. Saunders da Junta Médica revisa um depoimento e pede ao juiz que suspenda a licença médica de Murray. O juiz concede este pedido. O juiz diz que os depoimentos apresentados durante os seis dias de audiência o conveceram de que permitir que o cardiologista continuasse com sua licença "constituiria um perigo iminente à segurança pública." Segundo o ele, as evidências apresentadas pela promotoria mostram uma "ligação direta entre os atos e omissões do Dr. Murray e o homicídio neste caso".

- O juíz Michael Pastor declara que há evidência o suficiente para um julgamento sob a acusação de homicídio culposo. Se condenado, a pena máxima de Murray é de 4 anos de prisão.

- A decisão de Pastor de mandar o caso a julgamento já era esperada, inclusive pelos advogados de Murray, mas sua defesa contestou fortemente a perda de sua licença, classificando-a como "opção nucelar" que destruiria a capacidade do médico de 57 anos de sustentar sua família e montar uma defesa criminal.

- O Dr. Murray ouvirá as acusações perante o tribunal no dia 25 de janeiro, às 08:30 da manhã.



Fonte: KOP, Trials and Tribulations, CNN, Associated Press, LA Times e MJJC
Tradução de Bruno Couto Pórpora