sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Resumo da Audiência Preliminar de Conrad Murray, Dia 3 (6 de Janeiro, 2011)

6 de janeiro de 2011, Audiência Preliminar, Dia 3

- Testemunharam os paramédicos Richard Senneff, Martin Blount, Harry Daliwal (do serviço de telefonia AT&T), Jeff Strohn (da Spring Nextel), Dr. Richelle Cooper (UCLA), Dr. Thao Nguyen (UCLA) e detetive Dan Myers.

Depoimento do paramédico Richard Senneff

- Senneff testemunhou que Murray queria introduzir um catéter central para dar magnésio para MJ. Senneff disse que os paramédicos não são treinados para esse tipo de operação e que não têm magnésio entre os seus medicamentos.

- Quando Murray disse que ouviu o pulso na artéria femoral de MJ (na perna, próxima à virilha), Senneff checou o monitor. O advogado de defesa em seu interrogatório perguntou se isto poderia ser um pulso "falso" (o pulso se manifesta durante a massagem cardíaca).

- Senneff disse que o cantor não respondeu às duas rodadas de remédios dados para ressuscitá-lo e que os chefes do hospital disseram a ele pelo rádio para declarar a morte de Jackson, mas que nem ele ou Murray queriam fazer isto. "Eu disse, 'Seja prudente, esta é uma pessoa muito importante,'" disse Senneff.

- Senneff disse que os paramédicos trabalharam muito além do comum não porque Jackson era uma celebridade, mas porque "era o filho de alguém."

- Quando eles deixaram a casa, um paparazzi colocou a câmera na janela da ambulência e correu junto com ela. "Me pareceu muito ofensivo," disse Senneff. Murray pediu que eles cobrissem o rosto de MJ com uma toalha. Os paramédicos acharam que foi um pedido justo.

- Senneff disse que o motorista da ambulância teve dificuldades em deixar a residência por causa de uma multidão que incluía passageiros de um ônibus de excursão e fotógrafos com "câmeras grandes, câmeras pequenas, filmadoras, câmeras fotográficas."

- Senneff diz novamente que não escutaram um pulso em MJ e que em sua opinião ele morreu entre 20 minutos a uma hora antes de sua chegada.

Depoimento do paramédico Martin Blount

- Blount tem 20 anos de experiência, era o motorista da ambulância. Ele foi o último dos paramédicos a chegar no quarto. Ele trouxe a maca e outro equipamento. Ele estava ao lado da cabeça de MJ.

- Ele introduz um tubo endotraqueal e usa uma bomba manual para fornecer ar a MJ. Ele vê um tanque de oxigênio e uma cânula nasal (tubo que envolve o nariz e é conectado ao tanque de oxigênio).

- Paramédicos notam que o IV em MJ não está funcionando corretamente e então procuram por uma outra parte do corpo para inserir o IV adicional. Eles tocam os braços de MJ procurando um local e acham que o corpo dele está frio.

- Os paramédicos decidem introduzir o IV adicional pela veia jugular, e neste momento eles percebem que os olhos de MJ estavam "inchados" (fixos e dilatados). A opinião de Blount é de que MJ já estava morto. Blount disse que Murray contou aos paramédicos que MJ havia desmaiado cerca de um minuto antes que a emergência foi chamada.

- Blount diz que em dado momento Murray mostrou a eles uma agulha hipodérmica de calibre 24, o que ele achou estranho porque Murray disse a eles não ter dado nada a MJ. Ele também disse que os paramédicos se recusaram a usar a agulha. Ele também avista garrafas de lidocaína no chão. Ele também fala sobre achar a presença do "catéter do preservativo" (catéter masculino) estranha.

- Blount diz que ele viu Murray recolher três garrafas de lidocaína do chão e colocá-las em uma sacola enquanto eles tentavam ressuscitar MJ.

- Blount descreve Murray como agitado e suando em bicas.

- No interrogatório da defesa, os advogados de Murray dizem que Blount na verdade disse aos detetives que a pele de MJ "não estava nem morna, nem fria".

- Blount diz que um dos paramédicos perguntou a Murray se MJ estava usando drogas recreativas. Murray diz que não.

- A defesa de Murray cita um paramédico que tentou 3 vezes achar uma veia nos braços de MJ e não conseguiu e pergunta se localizar veias em viciados é algo difícil. Blount dá um exemplo de um viciado e como conseguiu localizar sua veia. A defesa pergunta se isto poderia ser difícil. Blount concorda.

Depoimento de Harry Daliwal (AT&T)

- Empregado da AT&T há 15 anos (AT&T é a transmissora do iPhone). 72 páginas de registros de celular, torpedos, e-mail e Internet.

- Daliwal testemunha que foram realizadas 8 ligações telefônicas - 4 realizadas, 4 recebidas - entre 9:23 e 12:15 no celular de Murray em 25 de junho.

- Daliwal também diz que várias mensagens de texto e arquivos foram enviados a partir do telefone de Murray na manhã de 25 de junho.
 

Atividade de dados relevante
12:03 mensagem privada
12:04 mensagem de texto de ou para o Texas
12:13 mensagem privada
12:18 mensagem privada
12:53 mensagem privada para a Califórnia
13:23 mensagem privada para Nevada
 

Lista de telefonemas
10:29 ligação de ? para o telefone de Murray - 22 minutos de duração
11:07 ligação de 3233 para o telefone de Murray - 1 minuto de duração
11:18 ligação de 0973 para 6802 com registro de 32 minutos
uma chamada perdida
11:49 ligação de Murray para 4989 - 3 minutos de duração
11:51 ligação de Murray para 3832 - 11 minutos de duração
12:12 ligação de Murray para 2570 - 1 minuto de duração
12:15 ligação de 2570 para Conrad Murray - 1 minuto

- Chernoff pergunta se é possível recuperar as mensagens de texto e de voz. O especialista diz que sim mas que ele não é um perito e não é familiar ao processo.

Depoimento de Jeff Strohn (Spring Nextel)

- Os documentos de Strohn mostram que foram realizadas 6 ligações telefônicas - 3 recebidas, 3 realizadas - associadas ao número de Murray.
 

Ligações
8:49 de 5217 para Murray - 53 segundos de duração
10:22 de 0124 para Murray - 111 segundos de duração
10:34 de Murray para 3233 - 8 minutos e meio de duração
11:26 de 9566 para Murray - 7 segundos de duração
13:08 de Murray para 070 - 2 minutos de duração

Resumo da atividade do celular

- Nas aproximadamente cinco horas antes de Murray ter descoberto MJ, ele realizou 11 conversas telefônicas em dois telefones diferentes. Três ligações contínuas que duraram 45 minutos antes de Murray descobrir MJ.

- De acordo com o depoimento de um representante da companhia telefônica, Murray recebeu ou enviou cinco mensagens de texto no seu iPhone nesse período. Suas conversas naquele telefone e em um celular Sprint incluíram ligações para sua clínica em Las Vegas, para uma clínica que ele mantém em Houston, um empregado e outro médico. Pelos registros, ele passou quase uma hora e meia no telefone no período de cinco horas.

- Os registros também exibem a ligação de Murray para Michael Amir (secretário pessoal de MJ) e uma ligação de dois minutos de duração para sua namorada, Nicole Alvarez, aparentemente feita enquanto Murray estava dentro da ambulância.

- Murray também enviou duas mensagens de texto próximo a um minuto ou dois do momento que os promotores acreditam que ele percebeu que havia algo de errado com Jackson.

Depoimento da Dra. Richelle Cooper (UCLA)

- UCLA recebe ligação de paramédicos. Eles estimam que o horário da parada cardíaca foi às 12:18 (este é um "tempo estimado" baseado na ligação para o 911 e informação que eles receberam). Como os esforços em ressuscitar MJ não foram bem sucedidos, a Dra. Cooper deu permissão aos paramédicos para pronunciarem a morte de MJ às 12:57. Disseram a ela que o médico pessoal de MJ queria continuar a tentar ressuscitá-lo. A Dra. Cooper instruiu que Murray deveria tomar o controle e ficar com o paciente.

- A Dra. Cooper testemunha que MJ, Murray e os paramédicos chegaram à sala de emergência por volta de 13:13. Quando chegaram ao hospital Murray diz que MJ não estava doente mas que ele tinha dificuldades em dormir e que estava desidratado, que deu a ele lorezapem e presenciou o ataque cardíaco. Ela é questionada mais tarde sobre o que seria "presenciar o ataque" e responde que "é ver o paciente parar de respirar."

- A Dra. Cooper pergunta se MJ tinha dores no peito antes da parada cardíaca, Murray diz que não.

- Murray menciona Flomax e Valium.

- A Dra. Cooper menciona que MJ estava DOA (sem sinal de vida, pupilas fixas e dilatadas, sem pulso, sem sinal de traumatismo), mesmo assim tentou ressuscitá-lo, eles trabalharam em MJ por 1 hora e 26 minutos. Ela diz que nunca sentiu ou observou um pulso em MJ.

- A Dra. Cooper também pergunta a Murray sobre drogas recreativas. Ela diz que esta é uma pergunta comum já que MJ chegou com uma parada cardíaca inexplicável (eles não sabiam sobre o propofol).

- Fazem várias perguntas para a Dra. Cooper sobre o propofol e seu uso (se ela conhece o anestésico, se ela já o aplicou). Cooper diz que "o protocolo requer certo monitoramento para a administração de propofol. É necessário que haja equipamento disponível para monitorar as vias aéreas. Também é necessário monitorar o coração. Tem de haver uma pessoa na equipe cujo único trabalho é monitorar o equipamento/paciente. Para que o paciente não morra."

- Perguntam a Dra. Cooper o quanto de propofol ela daria para alguém com o peso de MJ (61kg), ela disse que começaria com uma dose de 60mg. Ela diz que uma dose de 25mg não duraria mais do que 5-10 minutos e que uma dose acaba em aproximadamente 20-30 minutos.

- No interrogatório da defesa, perguntam para a Dra. Cooper se ela sabia que Murray havia dado propofol a MJ e se isso teria feito diferença no seu tratamento. Ela disse que não, ela estava tratando uma parada cardíaca. Ela também acrescenta que saber o histórico de uso de medicamentos ajuda eles a fornecer o tratamento adequado e a entender o que aconteceu.

- Walgren pergunta se os muitos medicamentos administrados em MJ poderiam acarretar num efeito cumulativo? A Dra. Cooper diz que sim.

- Murray estava na sala de emergência auxiliando no tratamento.

Depoimento da Dra. Thao Nguyen (UCLA)

- Ela é cardiologista e foi chamada à sala de emergência pela Dra. Cooper.

- Ela disse que Murray nunca mencionou Propofol ou benzodiazepínicos.

- Murray também contou a ela que MJ estava se preparando para uma turnê, que tinha problemas em dormir e que ele deu a ele 4mg de adavan (mirazapam) por via intravenosa. Ela pergunta a Murray se ele tentou reverter o efeito do adavan. Murray diz que não. Ela pergunta se ele deu outros medicamentos, Murray diz que não.

- Murray diz que não tem um relógio e não sabe há quanto tempo MJ estava sob o efeito do adavan. Murray não conseguia dar uma estimativa sobre quando o remédio foi injetado e quanto tempo depois MJ respondeu a ele. Nguyen diz que as palavras exatas de Murray foram que ele "não tinha nenhum conceito de tempo" que é o motivo pelo qual ele não podia dizer quando MJ parou de respirar.

- Ela diz que usou um balão intra-aórtico embora acreditasse que não funcionaria baseado em tudo já realizado. Um acordo foi feito com o Dr. Murray que se a tentativa com o balão falhasse, eles teriam de declarar a hora da morte.

- Perguntam a ela o quanto de mirazapan ela daria a um paciente de 61kg. Ela diz que começaria com uma dose pequena de 1mg e que precisaria saber sobre uso anterior do medicamento no paciente.

- Ela diz que a voz de Murray soava normal e calma mas que ele parecia devastado.

- Ela diz que Murray não queria que eles cessassem as tentativas.

Depoimento do detetive Dan Myers

- Ele fala sobre as ligações telefônicas.

- Ligação às 07:01 para Andrew Butler. Paciente de Murray.

- Ligação às 8:49 para Angelette Guild. Paciente de Murray. Ligou a Murray para perguntar a ele sobre a nota que ela recebeu dizendo que ele não estaria em seu escritório.

- Ligação às 9:23 para Marissia Bioni. Murray é o pai da amiga dela.

- Ligação às 10:22 para a Dra. Prechad. Ela indicou que estava na sala de pós operação do hospital pronta para realizar um procedimento mas que precisava saber que tipo de medicação sua paciente estava recebendo. Ela precisava saber se deveria continuar com a medicação. Ela conversou com o Dr. Murray e eles discutiram os cuidados com este paciente.

- Ligação às 10:34 para Stacey Howel Ruggles. Assistente pessoal de Murray. Murray pediu a ela que esboçasse uma carta em relação à turnê de Londres.

- Ligação às 11:07 novamente para Stacey Howel Ruggles - assistente pessoal de Murray.

- Ligação às 11:18 para a clínica do Dr. Murray em Las Vegas.

- Ligação às 11:26 para a senhora Morgan.

- Ligação para Robert Russel, paciente do Dr. Murray.

- Ligação às 11:51 para a senhorita Saday Adinie. O conteúdo da conversa não era relevante.

- Ligação às 12:12 para Michael Amir Williams - assistente de Michael

- Ligação à 13:08 para Nicole Alvarez.


Fonte: MJJC
Tradução de Bruno Couto Pórpora