Folha de São Paulo, 4 de fevereiro de 1992
Por Bernardo Carvalho
Acordo de patrocínio inclui turnê do álbum Dangerous, que deve chegar ao Brasil no início do ano que vem
Michael Jackson compareceu ontem ao Radio City Music Hall para anunciar um novo acordo de patrocínio com a Pepsi e a turnê de seu novo álbum, Dangerous, que começa na Europa em junho e deve chegar ao Brasil no início de 93.
É a terceira vez que o músico assina um contrato com a Pepsi. Os valores do acordo não foram revelados. O vice-presidente de marketing da companhia, Peter Kendall, diz apenas que Michael está recebendo "muito".
O patrocínio compreende 18 meses, o maior acordo já assinado pela Pepsi com um músico. Kendall diz que o alvo da companhia é o público adolescente e que Michael Jackson pode servir como uma peça-chave na conquista desse mercado.
Dangerous vendeu mais de 10 milhões de cópias desde o seu lançamento, em novembro. É a venda mais rápida de toda a carreira do cantor. A turnê do disco começará na Inglaterra, seguindo para outros países na Europa, Japão, Austrália e América Latina. O acordo com a marca de refrigerante inclui a participação de Michael Jackson numa série de comerciais para TV que irão ao ar ainda no primeiro semestre.
Michael Jackson apareceu no Radio City com uma jaqueta de couro e a indefectível luva preta na mão direita, com a qual cumprimentou Kendall e assinou o acordo sob uma chuva de flashes. Depois de ouvir um coral de alunos da escola St. Thomas cantar sua música Heal The World, Michael abriu a boca pela primeira e última vez para dizer que estava emocionado. "Quando compus essa música, sonhei que fosse interpretada assim, com essa inocência. Isso me fez chorar."
O músico recebeu um cheque de US$100 mil para sua fundação Heal The World, cujo objetivo é ajudar as crianças carentes do mundo. O cantor fará shows beneficentes no Leste europeu (provavelmente Polônia e Hungria) e na Índia.
Os contratos anteriores da Pepsi com o cantor foram em 1984, com o patrocínio da turnê Victory, e em 88, com a turnê do disco Bad, acompanhada de comerciais. Com o novo contrato e o cheque de US$100 mil para a fundação Heal The World, a Pepsi tenta dar um tom mais filantrópico ao interesse de associar sua imagem à do cantor.
