Descrevendo o último telefonema que trocaram no dia 25 de junho de 2009, Sade contou ao tablóide britânico The Sun:
"Eu disse, 'Alô' e ele disse, 'É o Conrad'.
Eu perguntei a ele o que ele estava fazendo e ele parecia distraído. Ele demorou muito tempo para dizer alguma coisa.
Então eu disse tipo, 'OK, me deixe falar sobre o meu dia'. Eu devo ter falado por cinco minutos ou mais.
Eu comecei a dizer, 'Alô? Alô?'. Eu aproximei o telefone mais perto do meu ouvido e consegui ouvir tossidas e murmúrios - havia muita comoção.
Parecia que o telefone estava no bolso dele ou em algum lugar que fazia muito barulho. Foi quando eu desliguei. Eu liguei novamente e mandei sms mas ele não respondeu.
Eu sabia que havia algo muito errado. Eu sentia uma dor latejante no meu peito.
Para ele sair do telefone daquele jeito sem dizer nada, não era normal e, com toda a comoção, parecia uma emergência pra mim.
Eu liguei a TV duas horas depois e fiquei sabendo sobre Michael. Eu percebi que então era isto que havia acontecido. Eu fiquei muito triste com a morte dele e ter ouvido tudo aquilo no telefone foi bem perturbador.
Talvez Conrad pudesse ter agido mais rápido. Estou com raiva por ele não ter cuidado de Michael como deveria.
Eu queria que ele nunca tivesse me conhecido. Talvez, se ele não tivesse me ligado, Michael ainda estaria aqui. Eu me sinto muito culpada."
Sade disse que na primeira vez em que ela viu o cardiologista, ele lhe deu uma gorjeta de U$100 por um drinque de U$10.
Ela relembra:
"Ele me disse que era de Trinidad e que havia aberto uma clínica em Houston.
Ele me disse que era muito bem sucedido. Ele disse que a música I'm Coming Up era o tema da vida dele - que ele havia vindo do nada e conseguiu chegar aonda estava.
Ele nunca contou sobre ter uma namorada e todos esses filhos.
Nós conversamos por cerca de 15 minutos e então ele disse que queria que eu continuasse a serví-lo todas as vezes que ele viesse.
Claro, ele continuou voltando e dando boas gorjetas.
Eu disse a ele que tinha um namorado. Eu era a confidente dele. Eu sentia que era importante para ele. Eu sentia que ele precisava de mim para desabafar. Ele me ligava e me contava sobre como havia sido o seu dia e os seus problemas. Nós conversávamos sobre vários assuntos."
Em poucos semanas, ele tomou o cargo de médico pessoal de Michael. Sade diz: "Ele disse que Michael e ele eram bons amigos há um tempo, desde que Prince havia ficado doente e ele foi chamado e Michael gostou dele.
Depois que ele começou a trabalhar com Michael, ele começou a se exibir um pouco mais. Ele tentou me impressionar com isso.
Toda vez que ele me via havia dinheiro envolvido, mas eu nunca pedi.
Ele trouxe Michael à tona de uma forma bem estranha. Ele disse, 'Aposto que Michael está sentindo falta de mim agora.'
Depois da refeição nós fomos para um bar. No caminho, ele sacou U$400 no banco e deu pra mim.
De volta ao hotel, eu sentei em uma cadeira em seu quarto e ele na cama. Ele tira um talão de cheques, assina e dá uma folha para mim - era um cheque de U$500.
Pensando agora, eu acho que ele esperava que eu fosse ir para a cama com ele, mas eu disse que tinha de ir embora."
Murray prometeu levar Sade para a Inglaterra paa conhecer Michael durante os seus shows na arena O2 de Londres.
Sade diz que eles ainda falaram ao telefone após a morte de Michael, mas as ligações não duravam mais do que dois minutos e Murray parecia se preocupar com a possibilidade delas estarem sendo gravadas.
Ela acrescentou:
"Ele me disse que qualquer coisa que eu ouvisse sobre ele, não era para acreditar, que ele explicaria ele mesmo - e que ele sentia muito que eu tivesse de passar por isto."
Tradução de Bruno Couto Pórpora
Fonte: MJNewsAlerts
