Uma nova onda de mania por Michael Jackson invadiu as lojas de discos ontem quando fãs do país todo correram para comprar Bad, o primeiro álbum do cantor em quatro anos e meio.
"Toda ligação que recebemos é, 'O disco do Michael já saiu?'" disse o gerente da loja Sam Goody em Manhattan, Foster Grimm.
O Sr. Grimm prevê que venderá todos os seus 400 LPs, 500 CDs e 600 fitas K7 em um dia ou dois.
"As críticas foram tão positivas que superaram meu ceticismo," um ator de Nova York, Victor Love, disse ao comprar o disco. "O preço estava bom," afirmou Tom Walker de Washington, que parou para comprar Bad enquanto estava em Nova York a negócios.
Os LPs e fitas K7, ao preço de $6.99, e CDs a $12.99, foram organizados em displays proeminentes que se esvaziaram duas vezes na primeira hora.
"Tem sido constante," disse o sr. Foster. "Tem sido uma loucura. Se eles não compram apenas Michael Jackson, no pedido deles o disco está incluso. Eu chego em casa exausto, mas não deprimido. Isso é comparável ao Springsteen Live e ao primeiro CD dos Beatles."
O video de 16 minutos da faixa-título, dirigido por Martin Scorcese, foi exibido ontem à noite quando a CBS levou ao ar um especial de meia hora sobre Jackson.
Outra rede de lojas, Record World, publicou propagandas de página inteira depois de encomendar 60.000 cópias do álbum para suas 68 lojas em Connecticut, Massachusetts, Maryland, Nova Jersey, Nova York, Pensilvânia e Virginia, disse o diretor de encomendas, Steven Lerner.
"Estamos antecipando uma grande reviravolta," disse Lerner. "Eu acho que vão se esgotar em quatro ou seis semanas. Isto o tornará o álbum mais vendido do ano até o momento."
Cerca de 15 pessoas aguardavam na fila quando a loja Record World no shopping de Roosevelt Field em Long Island abriu às 10 da manhã, de acordo com o gerente Rob Waters. A loja recebeu depósitos de $1 para reservar cópias do disco, que não chegou até cerca de uma hora depois.
Pelo meio dia, o sr. Walters noticiou: "As vendas estão muito boas. Há uma longa fila até o caixa."
Em Concord, N.J., Scott Stephenson da Pitchfork Records estava exultante. Os 300 ou mais LPs, fitas e CDs de Bad estavam vendendo "muito bem", ele disse. "Estão simplesmente voando. Se durarem até amanhã, ficaremos felizes."
Na Harmony House no subúrbio de Detroit, os fãs estão ligando insistentemente há vários dias, disse o assistente do gerente, Chris Andrews. A loja estocou 50 cassetes, 25 LPs e 25 CDs, e vendeu cerca de 10 fitas na primeira hora.
Em Denver, Becky White da Sound Warehouse disse que cerca de 30 pessoas ligaram durante a manhã para perguntar sobre Bad. A loja estocou 200 cópias.
Na área de Boston, os fãs tiveram de esperar um pouco. O gerente da Strawberries Records and Tapes na Harvard Square, Mark Cadigan, aguardava a entrega. "Muitas pessoas já ligaram e estão chegando na loja pra comprar o disco," ele disse.
Mas nem todo mundo foi apanhado pelo entusiasmo.
John Meggit da Wax Trax em Denver recebeu muitos pedidos e encomendou algumas centenas de álbuns. Mas "as pessoas não estão exatamente fazendo filas na loja," ele disse. "Eu ficaria muito impressionado se vender tão bem quanto o último (Thriller)."
Joe Thompson, dono da Let's Boogie em Kimball, Neb. - população de 3,000 - tinha uma opinião mais forte. Ele não fez pedidos de Bad porque o valor mínimo eram 20 cópias e "de jeito nenhum que eu vou vender 20 cópias do disco."
"Não tem muita gente por aqui que se importa com ele," disse o sr. Thompson. "Na verdade, todo mundo odeia vê-lo lançar outro álbum. Eles ainda estão enjoados do último."
Traduzido por Bruno Couto Pórpora.
